As novas Tecnologias da Informação e da Comunicação estão transformando nossa maneira de nos comunicarmos, no trabalho, nas decisões, enfim, o homem está vivendo transformações que até bem pouco tempo eram temas para filmes de ficção científica. A Escola não pode ignorar o que se passa no mundo, senão a Escola se desqualificará.
Na escola de ensino fundamental, a informática geralmente não é proposta como uma disciplina a ser ensinada por si mesma, um conjunto de saberes e habilidades constituídos aos quais se atribuiria uma parte da carga horária. Isso porque as competências esperadas dos professores dessa etapa não são da ordem de uma "didática da informática".
Que espaço conceder às novas tecnologias quando não se visa a ensiná-las como tal? São eles simplesmente recursos, instrumentos de trabalho como o quadro-negro? Espera-se de seu uso uma forma de familiarização,transferível a outros contextos? Pode-se esperar que, ao utilizá-lo nesse âmbito, os alunos aprendam a fazê-lo em outros contextos. A escola tem dificuldades para atingir seus objetivos atuais, mesmo os mais fundamentais, como o domínio da leitura e do raciocínio.
Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a análise de textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de comunicação.
A competência dos professores consiste sem dúvida, em utilizar os instrumentos multimídia já disponíveis, do DVD à animações ou a simulações mais sofisticadas. Os professores que sabem o que as novidades tecnológicas aportam, estando qualificados e embasados, podem decidir, com conhecimento de causa, dar-lhes um amplo espaço em sua classe, ou utilizá-las de modo bastante marginal. Em 5 ou 10 anos, as tecnologias terão evoluído ainda mais. Os especialistas da indústria praticam a "vigília tecnológica"; em outros termos, mantêm a atenção permanentemente voltada ao que se anuncia, para não se fecharem nos instrumentos de hoje. Melhor seria que os professores exercessem antes de tudo uma vigília cultural, sociológica, pedagógica e didática, para compreenderem do que será feita a escola de amanhã, seu público e seus programas. Se lhes resta um pouco de disponibilidade, uma abertura para o que se desenrola na cena das Novas Tecnologias em Informação e Comunicação NTIC's seria igualmente bem-vinda.
Abraços, Angela dos Santos Araújo